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uma ode à escuta. para que seja fértil a palavra que nasce.
* boas festas *
que os sinos que nos chamam à união nunca deixem de ecoar.
que mantenhamos a capacidade de escutar, e vontade de os seguir.
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may the bells that call us to gather ever keep on ringing.
may we keep the ability to listen and the will to follow them.
chegou-me a força do outono e finalmente a louca vontade de hibernar, de ficar aninhada e bem caseira. dos chás com mel, do conforto do sofá, da música dengosa, e das partilhas ao som da chuva na janela, e do zumzum da cidade lá fora. uma parte de mim sente-se ainda em reconvalescença da agitação dos últimos meses, outra animada com a recuperação crescente.
o eclipse do computador e das memórias digitais fez-me reconectar com o prazer da matérias nas mãos, dos papéis, das tintas, dos desenhos, de criar ‘mais casa’ nos locais onde habito, … fez-me também voltar a questionar o que quero, posso e sei criar com as ferramentas que possuo – tangíveis e intangíveis –, e sentir o magnetismo perigoso do medo de não emergir dos momentos em que vou abaixo.
estou muito grata pelos amigos que tenho e que me ajudam a reconectar e recordar o meu centro e poder. vai pelo menos uma linha dedicada a estes imensamente valiosos tesouros!
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quem assim me conhece sabe que é nas relações que mais me realizo.
operativamente, a fotografia é uma das paixões que me dá a oportunidade de juntar ‘relação’ com a paixão pela beleza.
nos cartões da máquina fotográfica moram várias sessões para encaminhar para os respectivos fotografados, e na ponta dos meus dedos o irrequieto bicho de seguir criando os contextos onde cada fotografado se reveja na beleza que emana. uma das isabeis que sou tem o desejo de fotografar todas as pessoas com quem se cruza, de modo a que todas possam ver o quão belas são! é um privilégio poder ter esta visão e um tão gratificante desafio acompanhar os outros a confiarem e irradiarem essa sua única e inigualável expressão de beleza.
da paixão da cozinha partilho umas fotos também não editadas das receitas que saíram nesta edição da revista comer.
receitas bem outonais e que convidam a experimentar deliciosas alternativas à carne (o tema desta revista…):
~ creme de lentilhas com chá e molho de iogurte;
~ tempeh com mel em manteiga de cebola.
encontrem-na nas bancas e aventurem-se ao deleite!
que a vida me siga regalando oportunidades de viver apaixonada, e que as saiba usar com beleza criativa em todas as relações que estabeleço. que siga disponível para ser inspirada, e continuar a aprender. e que me aceite também como inspiradora, disponível para partilhar do que sei.
por mais voos que dê, de quando em quando urge-me a necessidade de regressar às raízes.
não sei explicar onde elas estão, suponho que talvez nos abraços das gentes com quem cresci, na terra que acolhe os que me deram luz.
ou quem sabe seja também um conceito de interioridade: permitimos-nos estar em contacto com as nossas raízes em resposta a estímulos que determinadas relações nos inspiram – relações com locais, gentes, emoções, estados de espírito.
uma curta viagem rumo ao norte permitiu-me desfrutar de re-ligações das quais sentia saudades, em tempo em que as folhas dançam também o seu movimento até à terra. visitar locais cheios de memórias, caminhos, pedras, edifícios que me falam em dialectos que só eu posso decifrar. que falam a cada um que por eles passa se estivermos dispostos a escuta-los. oiço tocar os sinos da igreja, abrem-se portas de capelas privadas, corações e pedras serpenteiam o caminho, sou acolhida em casa onde bate a chuva nos vidros, se assam castanhas, partilha-se à mesa conversas que se prolongam, e mimos que se arrastam.
e sinto também a minha realidade de sentir que casa é, para lá de um espaço geográfico, onde nos permitimos aterrar inteiros, habitando-nos. onde deixamos cair máscaras e papéis – há abraços que são casa, músicas, cheiros, espaços, estradas, tendas, bancos de jardim. habitar-me com esta presença traz-me a possibilidade de dar e receber mais, e de reconhecer o que cada um destes espaços me traz, o que me faz sentir e como me inspira: casa-raíz, casa-voo, casa-semente, casa-tronco, casa-ninho, casa-voo, casa-trampolim, …
as raízes das palavras também me intrigam. fazer casa, assim em inteireza, é possível em tantos momentos: casar.
como diz o querido emídio, casamento há só um: é comigo. e desta relação de inteireza posso construir relações mais inteiras com outros, ir criando casas; ir-mos-nos casando.
sou poli-casada. uau. que luxo.
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já há vários anos que sou fã dos batidos verdes. em criança só a palavra batido já gerava um certo mau estar, pensando na clássica mistura de leite, fruta e açúcar. a transição para os verdes, numa textura cremosa e poderosa trouxe-me até outra dimensão!ora mais densos ora mais sumarentos, o meu corpo desconhece melhor pequeno-almoço :)
em alturas em que tinha muita fome ao acordar, os batidos tinham sempre uma boa porção de cereais cozinhados (arroz integral, millet, quinoa, …). não havia inverno que me desmotivasse a saltar porta fora, nem durante os rigorosos tempostosos climas europa afora. enquanto vivíamos na caravana tínhamos uma liquidificadora muito pequenina, e o truque era cortar tudo em pedacinhos pequeninos.
comecei a fotografar esta pratica diária no dia 01 de Abril, motivada por uma amiga e seguindo o desafio deste site: Simple Green Smoothies, onde podem encontrar imensas receitas deliciosas. seguem as fotos dos 10 batidos deste mês, partilhadas como inspiração para pequenos-almoços enérgicos, saudáveis, coloridos e divertidos!
o meu corpo gosta de batidos crus, cheios de verdes, germinados, sementes, raízes, …
acredito que cada pessoa encontrará a sua melhor fórmula, consoante a sua condição presente, condição desejada e a estação do ano.
nesta fase do ano, alguns ingredientes que não dispenso:
gengibre * bagas de goji * sementes de chia * frutos secos * germinados * vinagre de ameixa umeboxi
por vezes adiciono algas, cereal e proteína previamente cozinhados. no verão aproveito as frutas mais doces e aquosas e nunca dispenso verdes, verdes, verdes.
uma vez que não é a minha única refeição do dia, e a simplicidade ajuda a digestão, tenho especial cuidado para não misturar demasiadas coisas. de qualquer maneira, o corpo dita sempre o que mais gosta – em digestões mais suaves ou atribuladas, movimentos peristálticos, …
se por um lado o pequeno almoço é a refeição onde somos mais receosos a experimentar alterações é também, e sinto pela minha experiência, a refeição que provoca um maior impacto no nível de energia disponível ao longo de todo o dia. atrevam-se a fazer mudanças e a testar como se sentem. experimentem uma semana, duas semanas, … o que vos for razoável e deem-se oportunidade de se surpreenderem.
e de se divertirem :)
* bom dia, todo o dia *
esta quadra festiva foi desfrutada bem ao centro do país, junto a Vila de Rei – o centro geodésico de Portugal.
a chuva brindou-nos com a possibilidade de alguns passeios, permitindo-nos caminhar ao longo do chamado ”o mais profundo vale”.
água com fartura, árvores em potência, verde a perder de vista.
foram uns dias muito bem passados, onde os ausentes fizeram-se sentir na curiosidade do que poderiam fazer presente, no desejo de que uma próxima reunião os contenha também.
recuperados alguns jogos de infâncias anteriores, descobrimos em desenhos antigos oportunidades de largas gargalhadas. quem se lembra do Pictionary? lá em casa era Dicciopinta (no que parece ser uma versão brasileira) que patrocinou, pela sua peculiar escolha de palavras, ainda mais momentos non-sense. vivam as aves e as avés, os despidos e os amores.
em rabiscos, teatros, palavras inventadas, iguarias de mastigar, néctares com e sem borbulhas, foram dias inesquecíveis.
[ para a família, a galeria completa segue-se através deste link: PASCOA 2013. ]
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sempre fui particularmente sensível ao sentido de família, de comunidade, de grupo, (ou tribo, ou clã, ou alcateia, matilha … uma mistura de comunhão e construção conjunta ) e momentos como este trazem-me inspiração para os tornar mais recorrentes no quotidiano.
às vezes é possível sentir-me assim em encontros espontâneos, não necessariamente longos. descobri que a base do que me faz sentir em profunda comunhão é a minha vontade de aceitar e criar. e às vezes consigo, outras vezes não.
estas fotos são de outra família, com quem também tive o privilégio de passar uns belos dias há umas semanas atrás.
é o extraordinário grupo de alunos da primeira edição do Curso de Transição Interior, orientado pelo José Soutelinho (também conhecido por despertutor).
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sou largamente abençoada pela enorme família que tenho, de sangue e de coração – ambas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
já havia partilhado esta frase no facebook, chegada assim mesmo do Japão, e que me permitiu, mais uma vez, conectar com o sentir poderoso das memórias bem guardadas: * a saudade existe não porque estamos longe, mas porque um dia estivemos juntos. *
bons e frutuosos ajuntamentos!
o mês de dezembro trouxe um infindável número de eventos, atribulando e entupindo a capacidade de os partilhar em momento mais próximo aos acontecimentos per se. arrumo dezembro, giro a actividade de janeiro, preparo fevereiro, e o tempo segue indiferente a qualquer pedido de abrandamento…
neste artigo, partilho convosco algumas fotos de mais momentos que fazem memórias ricas, sorrindo ao reencontrar as lembranças no coração. são histórias com fios de ouro, que se multiplicam sempre que a reunião se proporciona ocorrer.
no próximo artigo partilharei imagens, palavras e sentires sobre o tão belo evento Help-Portrait – sobre o qual já vos falei em anteriores partilhas – este ano ainda mais produtivo.
desfiando o conceito do que é uma comemoração, ou até uma celebração, eu diria que qualquer acto do nosso quotidiano pode merecer ser promovido a este significado – sublinhando a intenção de o transformar em algo maior que uma execução de tarefas, que a repetição de actos.
acrescentando presença, intenção e vontade, qualquer actividade é em si uma celebração da nossa capacidade de a realizar, e de a realizarmos em nós: desde a escolha de a fazer acontecer, o propósito com que a operamos e o modo como lhe damos expressão.
com este ponto de vista, vou aproveitar para partilhar aqui algumas janelas sobre actividades com as quais celebro o potencial de lhes dar expressão, exprimindo-me.
sem surpresas, a primeira que vou escolher é o acto de cozinhar. de transformar ingredientes, valorizando o seu contributo para um todo, optimizando as suas características.
em próximas partilhas, outras actividades subirão ao pódio : )
•• caso estas fotografias vos inspire o desejo de a ver as vossas actividades retratadas, louvando-as na criação de momentos que mais tarde podem ser recordados – leiam mais sobre como aqui, ou enviem-me um e-mail com as vossas questões.